terça-feira, novembro 20, 2007

SOPINHO: - outros horizontes?

Abandonando Quelimane em direcção a Macuse, num passado ainda recente nicho vital da Boror, uma das maiores companhias arrendatárias dos extintos prazos da Zambézia, para alguns nem sempre constitui encantamento suficiente desfrutar da exuberante beleza de extensos palmares que se perfilam ao longo dos vários percursos possíveis. Senão, observe-se a alternativa, talvez invulgar mas igualmente sedutora, que estes ousados aventureiros resolveram empreender.



Entretanto, já nas proximidades da barra do Macuse desenvolve-se o povoado de Sopinho, precisamente situado na margem direita do rio Namacurra e junto à foz do mesmo.
Trata-se de local marcado pela ruralidade do meio envolvente, evidenciando pois óbvias carências de infra-estruturas básicas.
A pesca artesanal confere um forte sustentáculo de sobrevivência, mitigando o difícil quotidiano das suas gentes humildes.

Por vezes abalado por águas que se zangam e onde a pobreza naturalmente fere a paisagem, mesmo assim proporciona ao visitante cenários que arrebatam a vista.
E ali, logo na foz do rio, o areal espreita e os horizontes alargam-se, invadidos já pela irresistível maresia do soberbo Índico.

Pressente-se então que os paraísos podem ter periferias diferentes e esta exorbita em aura vadia que há muito transpôs as aringas, congregando mistérios a desafiar os intrépidos.

Margaret, estrela de "rock", quando da sua permanência em Quelimane, no ano em curso, não se eximiu a visitar aquela povoação.

A atracção sentida, muita ou pouca, enforma matéria reservada ao seu círculo de amigos. Todavia, porque testemunho traduzido em suficiente visibilidade, importa relevar o propósito emergente para a realização de um empreendimento turístico, revestindo a natureza de "lodge".

Igualmente se sublinha que a comunidade de pescadores, bem como alguns líderes locais, foram convidados a tomar conhecimento deste plano e a expressar sensibilidades sobre o respectivo impacto no meio.

Resta pois desejar que os ventos soprem de feição, estimulando a concretização da obra.

Força Margaret!


César Brandão - 20.11.2007