sábado, junho 30, 2012

AS ILHAS PRIMEIRAS - (Parte III)

(...conclusão)

A última das Ilhas Primeiras, a Epidendron, dista da ilha Casuarina seis quilómetros; os baixos respectivos estão afastados entre si de dois quilómetros. Antigamente, era conhecida pelo nome de ilha Rasa ou das Palmeiras. O seu nome indígena é Maloa. A configuração desta ilha é sensivelmente triangular, medindo um quilómetro de comprimento e novecentos metros de largura máxima. No centro, um pouco para o extremo este, tem uma pequena colina arenosa de cerca de oito metros de altura. O baixo é também de forma irregular, prolongando-se um pouco para oeste; as suas dimensões regulam por três quilómetros e meio de comprimento e dois de largura. Esta ilha é a mais próxima do continente, do qual dista nove quilómetros (Ponta Macalonga).
Vista do mar, a certa distância, a ilha Epidendron mostra-se revestida de denso arvoredo, de cujo centro emerge a torre do novo farol. Este arvoredo, do tipo laurissilva, tem como espécie dominante Diospyros mespiliformis. As árvores desta espécie são ali mais altas e de tronco mais grosso do que as das outras ilhas deste grupo. Segundo parece, a propagação de Diospyros mespiliformis começou por esta ilha, passando a pouco e pouco às outras, como o indica o porte sucessivamente mais baixo que se verifica nas ilhas Casuarina e do Fogo. Os maiores exemplares desta espécie encontram-se na parte mais elevada da ilha e atingem quinze metros de porte e sessenta centímetros de diâmetro à altura do peito. A densidade do laurissilva é de cerca de duzentas e cinquenta árvores por hectare. Nas partes mais cerradas, a escassez de luz dá-nos a ilusão de uma floresta pluviosa das regiões equatoriais. A manta morta do laurissilva oferece apreciável espessura, mostrando ser o povoamento bastante antigo, certamente plurissecular. O crescimento muito lento das espécies Diospyros reforça a hipótese da elevada idade desse povoamento.
Ler mais