No horizonte o Índico mostra já a sua face e as ilhas multiplicam-se na sinuosidade dos rios que se entrelaçam.
Nas imediações do Canal da Chica eis que aflora o último povoado da ponta sul de Olinda, denunciando que o destino imediato é o Chinde, essa ancestral urbe zambeziana que, ora despida da prosperidade de outrora e condenada a sobreviver entre rios que flanqueiam e um mar mordente, ainda suporta um isolamento sufocante, acentuado pelos trilhos difíceis remetidos ao abandono.
O monomotor volteia agora o espaço onde um casario decadente dissimula auras passadas, preparando-se para abordar o verdejante aeródromo.A sua presença logo desperta a curiosidade da miudagem que, num ápice, se concentra no velhinho terminal.
Afinal, para alguns será mesmo a primeira oportunidade para observarem as manobras de tal "intruso".
Sobre o compacto gramado que ondula, frenético, o Cessna contacta o solo. Uma ou outra irregularidade não perturbam o movimento seguro e, finalmente, o aparelho imobiliza-se lá bem ao fundo de uma pista raramente procurada.E o momento de extravasar emoções acontece - já nada refreia a pequenada que em júbilo contagiante rapidamente se aproxima do pequeno avião.
Suspirando por um refrescante banho, a proposta dos viajantes logo mobiliza adeptos que se prontificam a orientar o desafio, tanto mais que no Chinde sempre sobram águas para desejos tais.
Na tranquilidade reinante, um olhar distante e perplexo sonda com minúcia o cenário mas o pensamento do petiz não se desvela - porventura, não sabendo nadar, sentirá mágoa? Ou serão relatos sobre crocodilos a apoquentar o espírito?
Garbosas, mulheres prosseguem na sua admirável labuta, de soslaio cogitando sobre o insólito exposto. E, entre todos, elas bem merecem a perenidade da esperança - assim a solidariedade humana queira e os deuses não demorem a abençoar esta terra.









