O sentimento africano que orgulhosamente transpiro suscita-me a obrigação de melhor compreender tantos percursos projectados em cenários à margem da ribalta e, mesmo assim, quantos deles eivados de altruística luta, merecedores pois de reflexão e apreço.
E porque a fortaleza do espírito assenta também na prevalência dos valores cultivados no supremo teatro em que se protagoniza a vida, da costa que respira chuabo à lomué montanha peregrino o meu fascínio pelas terras da Zambézia onde testemunhos intocáveis, arduamente talhados pelo estoicismo humano, moldaram identidades a determinar admiração.
Coalane fica nas fraldas da minha cidade umbilical – Quelimane. Da canícula aconchega-se no palmar e na estação que chora transe com o pantanal que bordeja sem clemência. Hoje é capítulo vencido da minha amiga Isabel Ribeiro que da sua varanda, na Invicta cidade, todos os anos vai contemplando a magnólia de branco a embelezar-se ainda antes de verdejar, quiçá visionando "a cor e a pincelada que florescem mais rápidas que a gramática".
Acariciando pétalas do colar de recordações, intensas fragrâncias de exótica Plumeria envolvem-me agora e a oriente detenho-me no distinto "frangipani" que do verde se vai desguarnecendo para celebrar a flor.
Eis então que à serrania que me arrebata sussurro desejos de infusões com as cristalinas águas que perpetuam o Licungo e – puxa vida! - a Namuli invoco a musa para a escrita redonda. E, se a tanto não chegar o engenho, pelo menos que o verbo seja digno do albatroz nas tempestades.
Olá Isabel
ResponderEliminarObrigado pela visita e pelo contributo exposto, irremediavelmente generoso, mas afinal na esteira da tua nobreza de carácter que fácilmente contagia todos aqueles que te vão conhecendo nesta caminhada da vida.
Perspicaz a apreciação do amigo que vive em Roma... e aquelas metas tiveram a desafiante envolvência africana, marco indelével na nossa existência.
Um forte abraço
César