Ler maisSituada na Alta Zambézia, a região do Gurué exibe uma paisagem profundamente marcada pela cultura do chá, implantada em superfícies onduladas dos relevos suaves e periféricos do sistema montanhoso envolvente, dotado de afloramentos rochosos dominantes, atingindo a máxima expressão no Namuli, com 2.419 metros de altitude.A cultura do chá foi introduzida em Moçambique nos primórdios do século passado, sendo responsável pelos primeiros ensaios a Empresa Agrícola de Lugela, localizada na zona fronteiriça de Milange.Perante os promissores resultados, foi encetado o fomento da cultura em regiões com condições de altitude e de precipitação favoráveis, operando-se a sua expansão, para além de Milange, nas áreas de Gurué, Tacuane e Socone.O êxito alcançado com a adaptação da cultura no Gurué determinou um progressivo crescimento da área plantada, responsável por uma galopante mudança da paisagem, guindando a região para um protagonismo paisagístico de eleição e uma vitalidade económica do sector do chá sem precedentes em Moçambique.Nomes como Junqueiro, Felizardo, Farinha, Ribeiro ou Duarte, entre outros, identificam figuras que marcaram o tempo desta gesta pioneira que da memória se sorve quente, bem quente, na justa dimensão da grandeza dos sonhos e da nobreza da obra.Cumpre pois à narrativa, na força da sua autenticidade, como é o caso de Coisas Novas de Sempre, elucidativo texto em tempos escrito por Maria do Carmo Abecassis, perpetuar a imagem daqueles que a morte suplantaram.
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