quarta-feira, outubro 24, 2007

MEMORIAL DE QUELIMANE: IV - O Elemento Alegórico

Porventura tocado pelo primor das formas ovais quando a inspiração deambulou pelos labirintos da concha, o artista arquitectou os contornos e lá, no recinto da extinta Feira das Actividades Económicas da Zambézia, destinaram-lhe recanto em chão raso, tendo por companheiro o agreste cacto.

Em noites engalanadas de distantes Agostos fulgiu em distinta alvura, tornando feéricos frutos do mar que mãos esculpiram.

Em 1975, quando o espaço começou a evidenciar os primeiros sinais de mudança, meu irmão José Luís descobriu-lhe a singular graciosidade e a irreverente adolescência apelou ao simulacro do voo planado da águia. Talvez já comprometido por sintomas de nostalgia, o amigo Monteiro não disfarçou um olhar ausente.

Em 2007, nas suas aventuras em Quelimane, Lara Bratcher e Kevin Harvey surpreendem-se com aquela área que continua, afinal, a ser palco de feira... mas agora onde tudo serve para negociar.

Enquanto vagueiam Lara não resiste a saborear a água do coco e, como que por magia, protagoniza um reencontro inesperado: - eis então a bonita jovem sentada no elemento que teimosamente sobreviveu no tempo.

Subtraíram-lhe a fluorescência e a brancura corroeu-se na agrura dos anos mas, que importa... por um momento Lara rejuvenesceu-lhe as formas e inundou-o de colorido!



César Brandão - 22.10.2007



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sexta-feira, setembro 21, 2007

JOVENS TALENTOS DE OUTRORA


Tendo por cenário o recinto do Sporting Clube de Quelimane, a foto remonta ao início da década de setenta do século passado e ilustra os jovens talentos que na época integraram a selecção de futebol representativa da terra do coco, no escalão júnior.
No torneio inter-capitais provinciais então disputado protagonizou uma participação com assinalável nível competitivo, conquistando simpatia e admiração no ambiente futebolístico do Chuabo.
Pouco tempo depois, alguns destes jovens conseguiram afirmar-se no escalão sénior das principais equipas de Quelimane. Dado o vínculo familiar, mas também porque já uma saudade no presente, em especial relevo José Luís Brandão, meu irmão, pela tertúlia leonina apelidado por "Manafá".



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segunda-feira, agosto 20, 2007

PEBANE FISHING CHARTERS

Banhado pelo Índico, o litoral da Zambézia desenvolve-se ao longo do canal de Moçambique e perfaz uma extensão de cerca de 400 kms, sendo a respectiva costa confinada por limites naturais traçados por dois importantes percursos fluviais, ou seja, a sul o rio Zambeze e a norte o Ligonha.
O seu posicionamento no crescente afluxo turístico que tem privilegiado a orla costeira de Moçambique situa-se a um nível secundário e pouco consentâneo com as potencialidades que evidencia.
Entre outros factores, importa salientar que infra-estruturas rudimentares, na generalidade sem capacidade de oferta de serviços básicos essenciais e, bem assim, acessibilidades precárias, senão mesmo inexistentes para várias localidades de reconhecido interesse, têm condicionado o necessário desenvolvimento que urge promover.

A conclusão da ponte sobre o Zambeze, ligando Caia a Chimuara, irá certamente garantir um eixo rodoviário de referência que a província da Zambézia há muito merece, afigurando-se assim vital para a revitalização de muitos sectores de actividade da sua agonizante economia.
Assim sendo, torna-se legítimo antever uma oportunidade única para estimular e garantir incentivos visando consolidar uma industria hoteleira capaz de proporcionar o despertar do interesse turístico por muitos locais esquecidos no tempo.

Nesta perspectiva, as potencialidades da antiga vila piscatória de Pebane são mais que notórias para reforçar o lugar de algum relevo que, pese todas as fragilidades citadas, tem procurado sustentar.
Dotada de extensos areais que outorgam praias de invulgar beleza, e justamente considerada como paraíso pelos amantes da caça submarina, acrescenta agora um novo complexo designado por "Pebane Fishing Charters".


Pese a capacidade de alojamento ser limitada ao ainda reduzido número de edificações construídas, o complexo garante já condições de conforto e de comodidade assinaláveis.

Hugo Proença dá testemunho disto mesmo e acaba por presentear-nos com estas belíssimas fotos que, conjuntamente com outras, poderão ser observadas aqui.


César Brandão - 20.08.2007
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