segunda-feira, maio 28, 2007

MEMORIAL DE QUELIMANE: III - Almadia "Iole"

Do poema Nossas Vidas São Os Rios, de Luis G. Urbina:

"Eu tinha uma só ilusão: era um manso
pensamento: o rio que vê próximo o mar
e quisera um instante converter-se em remanso
e dormir à sombra de algum velho palmar. "
(...)
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A Baixa Zambézia é vincadamente marcada pelas bacias hidrográficas dos seus principais rios, precisamente Zambeze e Licungo, a cada passo proliferando braços fluviais. Neste contexto, a singular almadia, pequena embarcação construída a partir de um tronco de árvore, sempre desempenhou um papel relevante na pesca artesanal e, não raras vezes, fundamental no transporte ligeiro.

O meu baptismo em viajar de almadia remonta ao período de infância inicialmente vivido na Barra, precisamente uma das estações de elaboração de copra a partir dos palmares circundantes detidos pela Madal, e situada na zona costeira de Micaúne.
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sexta-feira, abril 13, 2007

MEMORIAL DE QUELIMANE: II - ZALALA, utopia renovada

A norte, onde Pebane porfia em ostentar paraísos que as dunas resguardam, sobressalta-se a vista e o pensamento eleva-se sob o brilho estelar, círio da linguagem nocturna dos batuques despertos.
Dialoga-se com o firmamento que galvaniza anseios de aventura e já salpicos de mar agigantam a ousadia para morder confins distantes.
Insaciável e competindo com índicas rebeldias, logo delira o espírito que célere navega na conquista de esplendores selvagens que, lá bem para sul, explodem em “tandos” de luxúria que o Zambeze fecunda.
De permeio sorve-se os bons sinais dos rios coleantes que eternizam presságios de rara beleza, e na fronteira de lânguidas casuarinas, onde o palmar soçobra, eis que Zalala emerge, imponente e irresistível, contagiando os sentidos que se libertam em dança.
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domingo, março 25, 2007

BOM-DIA PRIMAVERA

Todos os anos camélias e magnólias, entre outras espécies, maravilham os sentidos com a graciosidade de coloridas florações, prenunciando a Primavera.

No seu porte mais modesto, logo a seguir desperta a exótica “forsithia”, inundando os esguios braços de cativante amarelo.

Como que ignorando a precoce exibição daquelas, pacientemente o folhado aguarda o início da estação do crescimento para explodir a florescência, radiosa de alva frescura.

Hoje, redescubro-o neste recanto familiar e não resisto a confidenciar-lhe o meu apreço.
Aqui o exponho para merecida evidência, nele simbolizando a minha saudação à Primavera.

Foto: - Folhado (Viburnum tinus L.)

César Brandão - 25.03.2007


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